Não faz muito tempo que só se podia acompanhar notícias pelos jornais impressos e telejornais. Revistas, somente nas bancas. Parávamos em filas para comprar ingressos para assistir o show de nosso artista favorito. Aprender era caríssimo, mas as coisas mudaram, e ficaram mais fáceis e acessíveis.

Com o advento da internet, tudo, tudo mesmo, ficou a um “click” de nossas mãos, estudiosos chamam isso de inclusão digital. Visitar lugares, acessar informação, ler artigos, estudar e conhecer aquilo que jamais antes daria para fazer, pessoalmente agora é possível. Conversar com pessoas distantes, mudou e hoje parece a mais simples das coisas.

No entanto, esta modernidade cobra uma conta alta em cada clique nosso de todo dia. As pessoas perderam muito da comunicação real ao mudar drasticamente para a comunicação virtual. Aquilo que aproxima pela tela fria da internet, afasta os corações quentes; as pessoas perderam o hábito de interagir com quem está perto para fazer o mesmo com quem está longe.

A internet modificou nossa vida para sempre e continuará a fazer isso, cada vez mais. Com o avanço da tecnologia dos meios de comunicação, este é um caminho sem volta.

Porém, as pessoas não podem deixar é que a evolução tecnológica as faça esquecer-se do mundo real no qual vivem, onde ocorrem os relacionamentos e as interações pessoais, que são de extrema importância. Que toda e qualquer inovação tecnológica pode ser usada em nosso benefício, para que acrescente ao nosso cotidiano, não reduza nossa capacidade de relacionamento.

Logo no inicio da internet, o e-mail foi um divisor de águas. Nunca uma carta chegara ao seu destinatário tão rápido, por exemplo. A web era usada para visitar páginas e para encontrar informação. Com a criação, e posterior a isso, a difusão das redes sociais, e com elas a evolução tecnológica galopante dos smartphones, a internet se tornou mais que um meio de enviar ou receber mensagens. Tornou-se de fato, o caminho de interagir com a vida das pessoas, por meio das redes sociais. Para muita gente, a própria rede social é a internet.

Olhando para a internet e para os computadores, percebemos que nunca tivemos uma tecnologia que interagia durante o dia todo, talvez por isso ela encante tanto. Nela, cada vez mais as pessoas estão conectadas, os pensamentos são voltados à tecnologia, temos fome de informação e queremos respostas para ontem, sempre.

Poder acessar de maneira imediata as informações, podemos estar influenciando o nosso modo de formar a memória. Já existem estudos que mostram que quanto mais se acredita que vai se encontrar algo, por meio da plataforma do Google, menos provável que nos lembremos disso depois. Não há nada de errado nisso, sempre tivemos livros.

O erro é que as pessoas pensam que o fato de estar online dispensa lembrar-se de informações básicas, do próprio conhecimento, afinal se está no Google é por que existe. Com isso, nosso cérebro não guarda mais nada na memória de longo prazo. Só não dá para esquecer-se do Google, se não…

A percepção de tempo foi outra mudança que a internet nos trouxe. Ninguém mais espera, pois as respostas são rápidas demais. Esperamos muito mais estímulos e respostas rápidas do que no passado, e tem um lado bom nisso tudo. Esta condição desafia as organizações dedicadas à produção de notícia em manter uma qualidade e fontes boas para serem “seguidas” pelo internauta. Hoje qualquer um pode ser uma fonte de informação.

As empresas de mídia já estão se adaptando para esta nova realidade, mas ainda precisam entender e interagir com estas novas fontes, para utilizar esta funcionalidade para o bem, em benefício da nossa sociedade. E nós, bem, continuaremos cada vez mais digitais, mais velozes, sem dúvida.

Por Marcos Aurélio Delavald

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