Será que estamos tendo o real equilíbrio entre o estar seguro e o medo de morrer? Pessoas, quando decidi
escrever este texto pensei… Não dá para não considerar o que diz a ciência, viu? Que eu quero dizer com
isso: antes de começar, deixo claro que nenhuma opinião descrita aqui se opõe às regras de
distanciamento e isolamento social, apenas serve, como reflexão para o momento, ok?
Bom, alguns sabem, mas eu adoro andar de bicicleta e tenho alguns amigos que curtem um pedal também.
Suponhamos que, entre três, um otimista, um pessimista e um realista, saem para uma jornada sobre duas
rodas. Eu, difícil não dizer, mas sou o otimista, incorrigível, sempre.
Digamos que em determinado momento, no meio da paisagem natural começa a cair uma tempestade e
estamos longe demais para voltar para estrada, para pedir ajuda, ou se quer aguardar a tormenta passar. O
pessimista logo vai dizer: “chegou nossa hora, vamos morrer aqui, não tem volta”. O otimista, eu no caso,
diz “já vai passar, é só uma nuvem.”
O realista para, pensa e dispara: “De fato chove muito, está ficando difícil aqui, precisamos retornar à
estrada assim que possível.” Não me atrevo aqui a escrever o fim desta história, porém, utilizando este
conto como uma metáfora para tentar explicar o nosso momento, quero dizer que toda situação difícil
deve ser encarada com consciência.
Como Antonie de Saint-Expéry, em “O Pequeno Príncipe” tu te tornas responsável por aquilo que cativas.
Somos, de fato, responsáveis pelos nossos cativados, mas sobretudo, pela forma como encaramos as
situações em nossa vida.
Em meio a esta pandemia – que não passa tão fácil, que nos obriga a fazer sacrifício e repensar toda nossa
existência – tenhamos a sabedoria do realista. Não sejamos tão otimistas assim, como eu sou, e muito
menos pessimistas.
Quantas vezes já ouvimos o vai passar? Centenas, eu arrisco. Mas olhemos para o mundo, que sempre se
reinventa e reconfigura. A vida sempre existiu e sempre existirá. Por isso, vamos encarar nosso cotidiano
com o realismo que ele merece, sem desprezar a ciência, tampouco os cuidados que nos são exigidos. No
pedal da pandemia do novo coronavírus, sejamos meio Marcos (otimistas) e inteiros realistas, pois na
estória dos três amigos, assim como na vida, a tempestade passa, já passou.