Esta pandemia tem mesmo operado milagres nas pessoas. Falo em primeira pessoa: pelo menos, na minha pessoa, sim. O tempo de isolamento social com a família, a reinvenção de valores e um novo olhar lançado sobre a nossa existência estão me fazendo romper com velhos dilemas e a enfrentar paradigmas para este novo tempo.
Um deles é a nossa famosa zona de conforto. Eu mesmo já disse várias vezes aqui no nosso espaço que romper com as amarras da zona de conforto nos torna profissionais melhores. Desafiar-se e testar a capacidade de reinvenção sempre são salutares exercícios de crescimento.
Porém, nem sempre é necessário sair desta segurança. O tempo de reclusão nos permite uma análise fria sobre nossa existência. O que vem a ser uma análise fria? Explico… Quando nos distanciamos de nossa rotina – aquela zona de conforto nossa de cada dia -, conseguimos observá-la por outro prisma.
E aí eu passei a me questionar: porque mexer na zona de conforto se ela está, de fato, confortável. Eu não quero parecer contraditório aqui, pregando que a gente precisa se acomodar, acreditar no continuísmo e deixar de arriscar, longe disso.
A minha intenção aqui é promover uma reflexão interna, para que você leitor repense a sua zona de conforto. Será que ela é tão ruim mesmo? Será que estamos mesmo acomodados? Lembra que estes dias eu falei em deixar a vida nos encontrar? Muito bem, se estamos dispostos a mudar tudo, a criar rupturas e sair da nossa zona de conforto estaremos visíveis para a vida? Eu não arrisco responder sozinho.
Depois de repensarmos nossas vidas durante todo este momento de dificuldade que vivenciamos, acho que um pouco de conforto nos faz bem ao corpo e a alma. Não me leia mal, amigo leitor. Vamos nos dar um pouco de conforto, mesmo que de forma temporária? Será que é o momento de nos desafiarmos… Se não tiver saída, creio que sim. Mas minha reflexão quer ir ao encontro do seu interior. Pense bem se a sua zona de conforto não é, hoje, o lugar mais aprazível que se poderia estar no meio de todas estas transformações que estamos vivendo.
Surfar na vida sempre é muito bom. O vento nos impulsiona, enche nossos pulmões de ar e infla nossa confiança. No entanto, navegar nas águas mansas, em meio a tempestade do incerto sempre é mais seguro. Pense nisso e avalie a sua zona de conforto. Comenta aí, no espaço destinado a sua participação, qual a principal lição deste olhar introspectivo a cerca da sua vida, seu conforto.