Houve um tempo em que ajudar ao próximo era bonito. Embora ele tenha ficado no passado, há indícios de que a era da ajuda ao outro se aproxima. Vamos pensar sobre isto?
Especialmente no período pós-segunda guerra mundial, e durante a guerra fria, entre os Estados Unidos e a ex-União Soviética, o mundo vivia sob a sombra do medo. A corrida espacial aumentava a disputa entre potências e o temor de uma grande guerra, do cumprimento de uma das profecias de Nostradamus, ou coisa do tipo, fazia parte da rotina das pessoas.
É deste tempo – onde ocorreu também o advento do rádio, tevê e a própria invenção da internet -, que vêm os super-heróis, pelo menos, aqueles que são referência no Brasil, como Super Man, Mulher Maravilha e por aí vai.
O individualismo cegou a humanidade, que por um longo período precisou criar subterfúgios, estereótipos de salvação para pensar que a vida iria continuar e que o mundo não seria aniquilado, sem a luta, a defesa de um ideal, a salvação, projetada em uma ajuda superior.
Pois bem, cada vez mais percebemos que super-heróis estão em crise, e o ser humano em ascensão. É chegado o tempo dos heróis de verdade, sem superpoderes, com o coração aberto, dispostos a ajudar.
Todos nós podemos ser heróis de alguém, veja como é fácil. No mundo do marketing, por exemplo, cada vez menos são necessários superproduções para chamar atenção do consumo. Devemos nos preocupar menos com os títulos e honrarias, e pesar mais com o resultado. Chegou o tempo do ser, não do ter… Compreende?
Ser herói de alguém, neste contexto, significa valorizar o ser pelo que ele é, por suas competências, virtudes e ações. Ajudar alguém a conseguir um emprego, um cliente, por exemplo, podem assumir condições de atos de heroísmo, em um mundo que com passar dos anos tornou-se, por demais, individualista, competitivo e predatório.
Parece frase feita, já falamos disso aqui no nosso espaço, mas é muito importante relembrar que na era do ser, necessitamos muito mais uns dos outros do que em tempos de trevas e de concorrência pura.
Vamos aproveitar que falta menos de dois meses para o fim do glorioso 2019 e celebrar a chegada do novo ano como um momento para reflexão, sobretudo, dos nossos atos e de como podemos fazer um mundo mais fraterno neste tempo do ser, no tempo em que todos podemos ser heróis. Meta de 2020: ser herói de alguém, que me dizem, estimados leitores?
Por Marcos Aurélio Delavald,
Especialista na comunicação mediada pela plataforma digital.
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