
Nessa onda de ter que escrever as pessoas tornaram-se produtores compulsórios de conteúdo.
Este poderia ser mais um escrito compartilhando ensinamentos. Sim, não deixa de ser, mas hoje quero lhe chamar atenção para algo muito importante.
O que você tem feito por você mesmo?
Quando foi a última vez que você produziu algo a partir daquilo que você realmente já sabia, ou tinha aprendido em algum ambiente de ensino?
O mundo está cheio de fórmulas prontas. Fôrmas que se encaixam em algumas necessidades, se adaptam a outras e viram receitas de sucesso, felicidade e prosperidade. Aí que mora o perigo.
Quando compartilhamos e falamos sobre fórmulas prontas, modelos projetados para o sucesso, acabamos emburrescendo, deixando de lado as nossas vivências e abandonamos a nossa produção individual de conteúdo.
Aquilo que propagamos deve ser a nossa responsabilidade, assim como Antoine de Saint-Exupéry diz em O pequeno Príncipe – “tu te tornas responsável por aquilo que cativas”, olha aí a experiência alheia sendo compartilhada.
Neste caso, citar Saint-Exupéry era estritamente necessário. Mas voltando ao tema deste escrito, é preciso se posicionar, sempre. Para isso, o mínimo de conhecimento é necessário. Para não fazer feio e provocar vergonha alheia.
O que mais tem por aí atualmente é gente passando vexame em rede. Ora por não saber usar uma informação, ora por desconhecer as regras básicas de etiqueta, que também orbitam no mundo digital. Gente, está feio o negócio, assim diriam os mais antigos.
Nessa onda de ter que escrever as pessoas tornaram-se produtores compulsórios de conteúdo. Nenhum problema até aqui, o risco está justamente naquilo que sai. Na lata de lixo que as redes sociais se tornaram, em um emaranhado de bestialidade e discussões que ultrapassam os limites da ética, moral e respeito. Cuidado, meu povo!
Repetir o que os outros dizem, ou simplesmente compartilhar o que se tem vontade, tornam-se atividades muito confortáveis, quando a máxima é “posto, logo existo”, parafraseando Platão, para tentar explicar a necessidade que alguns têm em divulgar conteúdo próprio ou dos outros na rede. Isso sem contar os direitos autorais, que geralmente morrem antes de publicar, mas isso é tema para outra conversa.
É legal ter uma legião de fãs, muitos likes e curtidas e um grande impacto no ambiente digital. Sim, mas a que preço?
Quanto custa falar o que é certo, mesmo que isso não impacte muita gente. Quanto custa não xingar ninguém para não “causar” na timeline alheia? Custa o sono da tranquilidade e da consciência.
Posicione-se sim, sempre, mas com responsabilidade, e de preferência com seu conteúdo, sem receitas mágicas ou fórmulas prontas, por favor.
até a próxima semana
Por Marcos Aurélio Delavald,
Especialista na comunicação mediada pela plataforma digital.